Um proprietário do Volkswagen ID.4 encontrou uma forma simples e econômica de trocar os controversos botões capacitivos do volante por comandos mecânicos convencionais. A alteração, realizada em casa e sem necessidade de programação adicional, foi partilhada no fórum VW ID Talk pelo utilizador “Waldo22” e demonstra que é possível melhorar a ergonomia do SUV elétrico com peças facilmente disponíveis.
Operação decorre em poucas horas e sem codificação no Volkswagen ID.4
De acordo com o relato, o processo requer a remoção do airbag e do acabamento frontal do volante, seguindo-se a substituição dos módulos de botões originais pelos que equipam o Volkswagen Atlas, um SUV com motor a combustão vendido noutros mercados. Estes comandos encaixam diretamente no ID.4, prescindindo de alterações eletrônicas ou de software, o que evita intervenção de concessionário.
Para garantir segurança, o autor começou por desligar a bateria do veículo antes de soltar o airbag. Depois de expor o mecanismo, retirou seis parafusos que fixam o conjunto de botões ao aro do volante. O passo seguinte consistiu em transferir os novos módulos para o local, assegurando a remoção dos pinos CAN destinados às funções capacitivas. Caso estes contatos permaneçam ligados, o circuito do claxon é ativado de forma permanente, o que pode provocar desencadear inesperado da buzina.
Com tudo colocado no sítio, a remontagem faz-se inversamente: reinstalação do airbag, ligação da bateria e teste final dos comandos. Segundo “Waldo22”, todo o trabalho leva cerca de duas horas a concluir, dependendo da experiência de cada utilizador com ferramentas automóveis.
Custo reduzido e pequenas limitações funcionais
O material necessário pode ser adquirido em concessionários Volkswagen ou em fornecedores independentes de peças, com um gasto aproximado de 150 dólares (perto de 140 euros à cotação atual). Apesar da compatibilidade quase total, a solução apresenta três restrições: a retroiluminação dos novos botões não é reconhecida pelo sistema do ID.4; o botão “View”, que muda o layout do painel digital, deixa de responder; e os controles dedicados à mudança de faixa de áudio tornam-se inativos.
Esta última função, contudo, pode ser executada pelas setas de navegação já presentes no lado direito do volante, reduzindo o impacto na utilização diária.
As limitações não afetam a operação dos principais recursos, como volume, controlo de cruzeiro ou seleção de menus, oferecendo ao condutor feedback tátil e evitando toques inadvertidos em superfícies sensíveis. A alteração surge como resposta a queixas recorrentes de proprietários e críticos que consideram os botões capacitivos pouco práticos, sobretudo em movimento.
Contexto: tendência dos botões táteis perde força
Marcas de automóveis têm adotado comandos capacitivos para modernizar habitáculos e, em alguns casos, reduzir custos de produção. No entanto, a ausência de feedback mecânico tem gerado críticas por comprometer a precisão ao volante. No caso específico do ID.4, jornalistas e compradores manifestaram desagrado desde o lançamento, apontando ainda a existência de apenas dois interruptores para quatro vidros como outro exemplo de simplificação excessiva.
Andreas Mint, diretor de design da Volkswagen, reconheceu recentemente a preferência dos utilizadores por botões físicos. Em declarações públicas, garantiu que os próximos restylings da gama ID, incluindo a atualização prevista para o ID.4, voltarão a integrar comandos mecânicos tanto no volante como noutras zonas de contacto frequente. “Nunca mais cometeremos esse erro. Num automóvel, os botões têm de ser físicos”, afirmou o responsável, sublinhando que a experiência de condução difere do uso de um smartphone.
Possível aplicação noutros modelos elétricos
O sucesso do mod motiva especulação acerca da compatibilidade com outros veículos da família ID. Embora não exista confirmação, o entalhe idêntico do volante utilizado na carrinha elétrica ID Buzz sugere que a mesma substituição poderá ser exequível nesse modelo. Para já, a alteração no ID.4 demonstra que soluções caseiras podem colmatar lacunas ergonômicas até à chegada de revisões de fábrica.
Com instruções claras, baixo custo e impacto mínimo sobre a eletrônica, o método divulgado por “Waldo22” apresenta-se como alternativa viável para condutores que privilegiam comandos físicos. A iniciativa reforça a importância do feedback dos utilizadores no desenvolvimento automóvel e antecipa um regresso generalizado aos botões tradicionais nas próximas gerações de veículos elétricos.
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