Previsto para 2025, Tony Hawk’s Pro Skater 3 + 4 chega para dar sequência ao trabalho iniciado pela Activision com o remake de THPS 1 + 2. O novo pacote reúne fases dos jogos lançados em 2001 e 2002, implementa melhorias gráficas, resgata a física consagrada da série e acrescenta poucas novidades de conteúdo. A redação testou a versão para PC, fornecida pela editora, e avaliou os principais pontos do relançamento.
Jogabilidade continua o ponto forte
O controle permanece preciso, com resposta imediata no D-pad e no analógico. Mecânicas introduzidas no passado ‑ manual revert, spine transfer e wallplant – estão liberadas desde o início em ambos os títulos, unificando o fluxo de combos. A física segue estilizada: é possível concatenar flip, grind, manual e especiais em sequências que ultrapassam 150 mil pontos, mantendo o equilíbrio entre arcade e verossimilhança.
Apesar do tutorial detalhado, jogadores veteranos notarão que nada realmente novo foi adicionado ao esquema de comandos. A ausência de ajustes mais profundos pode transmitir sensação de repetição, sobretudo para quem exauriu os remakes anteriores.
Estrutura de tempo fixo modifica THPS 4
O modelo clássico de runs de dois minutos permanece intacto. Em THPS 3, a decisão reforça a identidade original; entretanto, THPS 4 perde a progressão aberta que permitia explorar mapas livremente antes de aceitar objetivos. A campanha do quarto jogo foi encaixada à força no formato cronometrado, simplificando missões e removendo diálogos com NPCs que caracterizavam a experiência de 2002.
Fases remasterizadas e inéditas
Cenários conhecidos, como Airport, Foundry e Cruise Ship, retornam com texturas em 4K, HDR e iluminação aprimorada. A memória muscular ajuda: linhas de combo permanecem onde sempre estiveram, agora com maior definição visual. Alguns mapas, entretanto, evidenciam limitações de design; Zoo surge quase vazio e Kona mantém espaços excessivamente abertos.
Duas arenas inéditas — Water Park e Pinball — foram incluídas. Water Park, com piscinas secas e escorregadores quebrados, se integra bem ao fluxo de manobras; Pinball oferece elementos interativos, mas pode soar deslocado em meio ao conjunto clássico. Em contrapartida, fases marcantes como Chicago e Carnival ficaram de fora, ausência sentida por fãs.
Preview | Product | Rating | Price | |
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Tony Hawk’s™ Pro Skater™ 3 + 4 – Standard Edition – PlayStation 5 |
R$ 500 |
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Trilha sonora reduzida
De 55 músicas originais, apenas 10 retornam. Bandas que ficaram de fora relataram não terem sido contatadas, indicando decisão interna e não impedimento contratual. A lacuna afeta a identidade dos jogos, já que a série sempre associou a ação em tela ao ritmo das faixas. Canções novas, como “Kick Push” (Lupe Fiasco) e “Roller” (St. Cecilia), cumprem bem o papel, mas não compensam a perda de 80% da playlist clássica.
Desempenho técnico
Nos testes em PC, o título rodou estável a 60 quadros por segundo, sem travamentos ou bugs relevantes, mesmo com partículas e objetos destruíveis em tela. Os gráficos exibem texturas nítidas e sombras consistentes, porém a direção de arte optou por acabamento excessivamente limpo, distante da atmosfera urbana e desgastada associada ao skate de rua.
Editor de parques expandido
O modo de criação ganhou a possibilidade de definir objetivos próprios dentro dos cenários personalizados. A interface continua simples, permitindo inserir obstáculos, ajustar altura de rampas e escolher filtros visuais. A novidade prolonga a vida útil do jogo ao estimular a comunidade a compartilhar desafios além de simples layouts.
Elenco e progressão unificada
A lista de skatistas mescla veteranos ‑ Tony Hawk, Rodney Mullen, Bob Burnquist ‑ e nomes da nova geração, como Lizzie Armanto, Tyshawn Jones, Leo Baker, Letícia Bufoni e Rayssa Leal. Personagens secretos, entre eles Michelangelo (As Tartarugas Ninja), completam a seleção. Pontos de habilidade, moedas e itens cosméticos agora são compartilhados entre THPS 3 e THPS 4, eliminando a fragmentação de progresso vista no passado.
Principais pontos positivos
- Jogabilidade continua sólida, fluida e viciante.
- Desempenho técnico estável, sem bugs relevantes.
- Mapas clássicos bem remasterizados e adição de duas fases inéditas funcionais.
- Editor de parques agora permite criação de objetivos, ampliando possibilidades.
- Inclusão de skatistas brasileiros, com destaque para Rayssa Leal e Letícia Bufoni.
Principais limitações
- Apenas 10 músicas originais voltaram, comprometendo a identidade sonora.
- Ausência de fases como Chicago e Carnival.
- THPS 4 perde características abertas ao ser adaptado ao tempo fixo.
- Pouca inovação na mecânica, o que pode cansar jogadores que dominam a fórmula.
- Estética excessivamente polida, distante da “sujeira” temática do skate.
Conclusão
Tony Hawk’s Pro Skater 3 + 4 entrega controle afiado, performance robusta e uma seleção de fases que respeita boa parte do legado da série. Contudo, a redução drástica da trilha sonora, a falta de mapas icônicos e o excesso de conservadorismo no design deixam o pacote menos essencial que o remake de THPS 1 + 2. Para quem busca a sensação de combo interminável e quer rever cenários clássicos em alta definição, o jogo cumpre o prometido; para quem esperava evolução mais ousada, o resultado pode soar contido.