Pixel Watch 4

Google Pixel Watch 4: Análise Completa de Bateria, IA e Construção Reparável

O Google voltou a apostar no mercado de wearables com o lançamento do Pixel Watch 4, acompanhado dos novos fones Pixel Buds 2a. Embora o visual do relógio permaneça próximo ao da geração passada, a quarta edição recebeu mudanças internas significativas, focadas em desempenho, autonomia de bateria e integração de recursos de Inteligência Artificial (IA).

Nesta análise, examinamos os aspectos técnicos que mais interessam ao consumidor brasileiro que pretende importar o dispositivo, destacando pontos fortes, eventuais limitações e como ele se posiciona frente a concorrentes diretos.

Especificações Técnicas do Google Pixel Watch 4

O Google Pixel Watch 4 mantém o formato circular em “domo de vidro”, oferecendo caixas de 41 mm e 45 mm em alumínio com certificações IP68 e 5ATM. Isso garante proteção contra poeira, respingos e mergulhos de até 50 metros, característica essencial para quem pratica esportes aquáticos ou busca um uso mais despreocupado no dia a dia.

Um dos grandes avanços é o novo painel OLED Actua 360, que reduz as bordas e atinge até 3 000 nits de brilho — valor acima da média na categoria. A proteção fica por conta do Gorilla Glass 5, o que deve reduzir riscos em uso cotidiano.

No processamento, o relógio estreia o Qualcomm Snapdragon W5 Gen 2, composto por quatro núcleos Cortex-A53 e um coprocessador Cortex-M55. Segundo o Google, a plataforma entrega 25 % mais desempenho consumindo 50 % menos energia em relação à geração anterior. Acompanhando o chipset há 2 GB de RAM e 32 GB de armazenamento interno — espaço confortável para apps, músicas e atualizações do sistema.

Nos sensores, o Pixel Watch 4 amplia o pacote tradicional (batimentos cardíacos, SpO2 e ECG) com um termômetro de pele e algoritmos de rastreamento de sono refinados. Outro destaque é o GPS Dual Band, capaz de oferecer maior precisão geográfica em treinos ao ar livre, bem como conectividade Bluetooth 6.0, Wi-Fi 6E, NFC, UWB e opção de 4G. Para cenários de emergência, o relógio passa a suportar comunicação via satélite.

Por fim, a bateria cresce para 325 mAh no modelo de 41 mm e 455 mAh na versão de 45 mm. Em conjunto com o novo processador, o Google promete até 40 horas de uso para o modelo maior. O carregamento também evolui: a base induz 7,5 W (antes 5 W), reduzindo o tempo de recarga para 45 minutos (41 mm) e 60 minutos (45 mm) até 100 %.

Performance do Google Pixel Watch 4 e Recursos de IA

Na prática, o Snapdragon W5 Gen 2 não se limita ao ganho bruto de processamento. Ele habilita diversos recursos de IA que agregam valor real ao usuário. O destaque fica para a integração nativa do Gemini, assistente de IA generativa do Google, que pode ser acionado com um simples gesto do pulso. Isso permite responder mensagens, obter resumos de reuniões ou traduções instantâneas sem precisar tocar na tela.

Além disso, o relógio passa a oferecer detecção automática de atividades mais precisa, respostas inteligentes similares às dos Galaxy Watch e um treinador virtual que monta rotinas de exercício em função do histórico do usuário. O processamento local, combinado ao coprocessador dedicado, deve minimizar a dependência da nuvem e reduzir o consumo energético durante sessões prolongadas de treino.

Em multitarefa, os 2 GB de RAM se mostraram suficientes nas gerações anteriores; com a otimização do Wear OS 6, agora baseado nas diretrizes Material 3 Expressive, espera-se transições mais suaves e navegação fluida, mesmo com apps pesados como serviços de streaming offline ou mapas.

A conectividade é outra área onde o Pixel Watch 4 se diferencia. O UWB abre caminho para recursos de localização precisa, integração com chaves digitais de carro compatíveis e transferência rápida de arquivos. Já o GPS de banda dupla deve agradar corredores e ciclistas que sofriam com desvios de rota em ambientes urbanos densos.

Google Pixel Watch 4 Vale a Pena?

A evolução do Google Pixel Watch 4 se concentra em três frentes: bateria, desempenho e IA. A autonomia prometida de até 40 horas coloca o modelo em linha com rivais que utilizam chipsets Exynos ou próprios, aproximando-se de soluções líderes como o Apple Watch Series 9 em uso real. O novo carregamento mais rápido também reduz a necessidade de colocar o dispositivo na base durante longos períodos, algo crítico para quem acompanha sono e exercícios consecutivamente.

No campo da saúde, a adição do sensor de temperatura da pele e a expansão dos algoritmos de sono consolidam o Pixel Watch 4 como um monitor holístico, embora ainda falte um leitor de pressão arterial nativo, recurso já disponível em alguns concorrentes da Samsung.

A reparabilidade é outro ponto que merece elogio. A possibilidade de trocar bateria e tela sem procedimentos muito complexos pode prolongar a vida útil do relógio e reduzir custos de manutenção — fator raramente priorizado em wearables premium.

Por outro lado, a disponibilidade restrita a alguns mercados e a ausência de suporte oficial no Brasil impõem barreiras: quem importar o dispositivo terá de lidar com garantia limitada e possíveis incompatibilidades de eSIM com operadoras locais.

Comparativo rápido com concorrentes:

Em relação ao Galaxy Watch 6 Clássico, o Pixel Watch 4 ganha em brilho de tela, integração com IA generativa e reparabilidade, mas perde na variedade de tamanhos de pulseiras e na medição de pressão arterial. Já frente ao Apple Watch Series 9, o modelo do Google oferece maior abertura do sistema, mas ainda carece de um ecossistema de acessórios tão robusto.

Pixel Buds 2a: complemento interessante.

Embora não sejam o foco principal desta análise, vale mencionar que os Buds 2a estreiam cancelamento ativo de ruído (ANC) na linha acessível, trazem drivers de 11 mm e prometem até 7 horas de reprodução contínua. O mesmo chip Tensor A1 garante suporte ao Gemini para tradução em tempo real e pareamento rápido multiponto, recurso valioso para quem alterna entre smartphone e notebook durante o dia.

Veja mais aqui:

Conclusão: Se você busca um smartwatch com forte integração de IA, tela extremamente brilhante e promessa de melhor autonomia sem abrir mão de um design compacto, o Google Pixel Watch 4 surge como uma opção atraente. Sua construção reparável e a chegada de comunicação via satélite adicionam camadas de segurança e sustentabilidade raras no segmento.

Entretanto, o consumidor brasileiro precisa ponderar os desafios de importação, assistência técnica e possíveis limitações de operadora antes de tomar a decisão.

Em resumo, vale a pena considerar o Pixel Watch 4 se você prioriza inovação em IA e pretende explorar ao máximo as novas funcionalidades do Wear OS 6. Caso prefira um ecossistema mais estabelecido no país, alternativas como Galaxy Watch 6 ou versões anteriores do Apple Watch ainda oferecem excelente custo-benefício e suporte local.

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