O próximo topo de linha da Samsung só deve chegar ao mercado brasileiro no início de 2026, mas uma enxurrada de vazamentos já permite traçar um panorama técnico do futuro Galaxy S26 Ultra. Os indícios mais consistentes concentram-se no sistema de câmeras e sugerem que a fabricante estuda duas estratégias diferentes: manter um sensor ISOCELL próprio com ajustes de hardware e algoritmo ou migrar para um componente da Sony com o mesmo número de megapixels. Abaixo, detalhamos o que cada cenário significa em termos de qualidade de imagem, desempenho e custo-benefício para o consumidor.
Especificações Técnicas (rumores mais sólidos)
Câmera principal: sensor de 200 MP. As fontes divergem entre um ISOCELL HP2+ revisado ou um novo sensor Sony 1/1,1” — ambos com pixel binning de 4 × 4 (12,5 MP finais).
Abertura variável: f/1.4 a f/4.0 em alguns protótipos, retomando recurso presente no Galaxy S9.
Teleobjetivas:
- 3,5× (80 mm) — 50 MP, f/2.4, OIS;
- 8× (184 mm) — 50 MP, f/3.0, OIS;
- Algumas amostras cogitam substituição do zoom 3× atual por solução híbrida de corte no sensor de 200 MP.
Ultrawide: 50 MP, 13 mm, f/1.9, foco automático.
Processador: todos os protótipos usam o futuro Snapdragon 8 Elite Gen 2; nenhum relato menciona Exynos.
Bateria: protótipo com 5.500 mAh e empilhamento de células (stacked battery); rumores isolados falam em opção de silício-carbono.
S Pen: conectividade Bluetooth volta a aparecer.
Performance fotográfica esperada
A primeira hipótese — continuar com o ISOCELL HP2+ — indicaria uma evolução mais conservadora, porém confiável. O sensor já conhecido de 200 MP ganharia um algoritmo de “super pixel” 4 × 4, capaz de mesclar 16 pixels físicos em um super pixel, baixando a resolução para 12,5 MP. Na prática, isso aumenta a área efetiva de pixel para absorver luz, reduz ruído e melhora a fidelidade de cor em ambientes noturnos, ponto historicamente sensível nos topos de linha da Samsung.
No segundo cenário, a adoção de um sensor Sony 1/1,1” ampliaria fisicamente a área de captura. Quanto maior o sensor, mais fotodiodos e maior capacidade de coletar fótons — vantagem particularmente valiosa em fotos noturnas. Além disso, seria a estreia da Sony em chips de 200 MP, o que pode forçar a concorrência a responder com inovações semelhantes.
Em ambos os casos, a presença de abertura variável de f/1.4 a f/4.0 traz flexibilidade profissional: abertura ampla (f/1.4) para retratos ou cenas escuras e abertura fechada (f/4.0) para manter objetos em foco em cenários diurnos. A última vez que vimos algo semelhante foi no Galaxy S9, mas o mecanismo era limitado a dois passos; agora a promessa é de variação contínua, a exemplo de Xiaomi 14 Ultra.
Telefoto: corte no sensor ou lente dedicada?
A Samsung ensaia abandonar a teleobjetiva 3× de 10 MP presente desde o S21 Ultra. Com resolução de 200 MP no sensor principal, a empresa poderia simplesmente recortar a imagem em 4× e ainda entregar arquivos de 12,5 MP, eliminando uma lente inteira. Essa abordagem reduz custo e espaço interno, mas obriga a dividir funções: o sensor principal precisaria de foco rápido e estabilização impecável para evitar desfoque em zoom.
Por outro lado, os vazamentos mais recentes listam um conjunto duplo de 50 MP (3,5× e 8×), ambos com OIS. A solução lembra o que vimos no S24 Ultra, porém com incrementos de resolução e alcance óptico ampliado. Trocar 5× por 8× responde a críticas de usuários que sentiam falta de fotos de longa distância sem recorrer a zoom digital agressivo.
Custo-benefício e impacto no mercado
A decisão entre sensor próprio ou Sony não afeta apenas a qualidade fotográfica; custo de produção e marketing também entram na equação. Produzir internamente o ISOCELL garante margens de lucro maiores e evita dependência externa. Já adotar um chip Sony poderia encarecer o aparelho, mas agregaria valor de marca — sensores da Sony são referência de qualidade e poderiam atrair usuários que consideram a linha Xperia ou rivais chinesas com ótica ZEISS e Leica.
No Brasil, onde a faixa de preço do Galaxy Ultra já supera a casa dos R$ 10 000, qualquer aumento tende a ser criticado. Caso a Samsung opte pelo sensor Sony, seria prudente compensar com vantagens tangíveis, como a bateria de 5 500 mAh prometida ou melhorias na S Pen.
Pontos fortes e fracos (com base nos dados divulgados)
Vantagens esperadas:
- Sensor de 200 MP aprimorado com binning 4 × 4 e possível abertura variável;
- Telefoto 8× de 50 MP corrige lacuna de alcance óptico dos modelos atuais;
- Bateria maior (5 500 mAh) sem sacrificar espessura graças à tecnologia stacked;
- S Pen com Bluetooth resgata recurso pedido por usuários avançados;
- Processador Snapdragon em todas as variantes elimina disparidade de desempenho.
Possíveis limitações:
- Se mantiver o ISOCELL atual, salto de qualidade pode ser discreto frente ao S25 Ultra;
- Abertura variável adiciona partes móveis, potencialmente elevando custos de reparo;
- Rumores de corte da tele 3× podem gerar zona morta de zoom entre 2× e 3,5×;
- Preço final pode subir caso a Samsung opte pelo sensor Sony.
Vale a pena esperar?
Ainda que todos os dados sejam pré-oficiais, o conjunto indica que o Galaxy S26 Ultra será o maior salto em fotografia móvel da Samsung desde o S20 Ultra. Quem já possui o S24 Ultra pode aguardar para ver se o novo sensor — seja ISOCELL HP2+ ou Sony — entrega ganhos consistentes em baixa luz e alcance óptico. Já usuários de gerações mais antigas (S22 ou anteriores) devem encontrar uma evolução significativa em praticamente todos os aspectos: processador, bateria, câmera e caneta.
Em termos de posicionamento de mercado, a Samsung parece focada em recuperar terreno perdido para Xiaomi, Huawei e Vivo no segmento de fotografia avançada. Caso confirme abertura variável, sensor maior e zoom 8×, o S26 Ultra poderá estabelecer novo referencial entre Androids premium. Entretanto, o impacto sobre o preço e a disponibilidade em solo brasileiro permanece incerto.
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Recomendação preliminar: se fotografia de alta qualidade e autonomia estendida estão no topo da lista, vale a pena acompanhar os anúncios oficiais e testes independentes antes de investir no S25 Ultra ou em concorrentes lançados em 2025. O ciclo de inovação desta geração indica que o modelo de 2026 trará avanços palpáveis, não apenas incrementais.
Como sempre, a confirmação virá somente no evento de lançamento. Até lá, continuaremos monitorando benchmarks, amostras de câmera e especificações de hardware para atualizar nossa análise e orientar a melhor decisão de compra para o consumidor brasileiro.
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