Uma análise à lista de materiais do Samsung Galaxy S25 Ultra indica um acréscimo de 3,4 % no custo de fabrico comparativamente ao Galaxy S24 Ultra, tornando o modelo de 2025 o mais dispendioso da geração recente.
O estudo, conduzido pela Counterpoint Research, avaliou as variantes com 12 GB de RAM e 512 GB de armazenamento dos Galaxy S25 Ultra, S24 Ultra e S23 Ultra. O resultado confirma uma tendência de encarecimento ano após ano, atribuída sobretudo ao novo processador Snapdragon 8 Elite.
Segundo a empresa de pesquisa, o chipset utilizado no S25 Ultra representa uma subida de 21 % no gasto específico dessa componente face ao Snapdragon 8 Gen 3 instalado no seu antecessor. O impacto deriva da adoção do processo N3E de 3 nm da TSMC e da inclusão de núcleos Oryon personalizados pela Qualcomm, que exigem licenças adicionais da ARM.
Processador lidera o aumento de custos
O Snapdragon 8 Elite é apontado como o principal responsável pela escalada de despesas de produção. A tecnologia de fabrico mais avançada apresenta maiores taxas cobradas pela TSMC, enquanto a personalização dos núcleos acrescenta custos de licenciamento. Estes fatores combinados elevam o preço unitário do processador e, por consequência, o valor total da lista de materiais.
Apesar do acréscimo, o investimento no novo chip garante ganhos de desempenho e eficiência energética, aspectos considerados estratégicos para manter o posicionamento premium da série Galaxy S. A Counterpoint destaca que a subida de custos nesta categoria espelha um movimento mais amplo do mercado, em que fabricantes optam por processadores topo de gama mesmo diante de margens cada vez mais apertadas.
Materiais de construção e memória também pesam
O relatório salienta ainda a influência dos materiais da estrutura. A transição do alumínio, usado no Galaxy S23 Ultra, para o titânio no S24 Ultra provocou um aumento de 32 % no custo dessa parte específica. Embora a maturidade das linhas de produção tenha permitido reduzir ligeiramente a despesa no S25 Ultra, o metal continua mais caro que o alumínio, mantendo a pressão sobre o orçamento de fabrico.
Quanto às memórias, a variação é atribuída às flutuações de preço no mercado de DRAM e NAND, sensíveis à procura global. O estudo indica oscilações, mas não aponta acréscimos tão significativos como os observados no processador. Ainda assim, a categoria permanece como um dos elementos de maior peso no custo global.
Componentes de conetividade e ecrã mantêm estabilidade
Em contraste com o processador e o chassis, módulos de radiofrequência — responsáveis por Wi-Fi, 5G e Bluetooth — registaram ligeira redução de custo. A simplificação dos circuitos e a integração de tecnologias mais eficientes contribuíram para esta descida. De forma semelhante, o painel de ecrã Dynamic AMOLED do S25 Ultra não introduziu aumentos relevantes, sinal de que a tecnologia atingiu um ponto de maturidade capaz de equilibrar desempenho e gasto de produção.
A estabilidade nestes componentes ajuda a compensar parcialmente as subidas verificadas noutros setores, mas não o suficiente para neutralizar o impacto do novo Snapdragon e do titânio.
Equilíbrio entre inovação e rentabilidade
A evolução dos custos evidencia o desafio enfrentado pela Samsung e por outros fabricantes de topo: oferecer avanços técnicos relevantes sem comprometer a rentabilidade. A análise da Counterpoint mostra que, mesmo com esforços de otimização em determinados módulos, o investimento em processadores de última geração e materiais premium tende a pressionar as margens.
Os dados reforçam a necessidade de um “malabarismo” constante entre especificações, estratégia de preço e lucro. A indústria acompanha de perto estas variações para prever o posicionamento de futuros lançamentos, nomeadamente do esperado Galaxy S26 Ultra.
Perspetivas para o próximo ano
Ainda não existem detalhes oficiais sobre o próximo modelo, mas a tendência de aumento nos custos de fabrico coloca interrogações sobre as decisões que a Samsung tomará para 2026. Caso o fabricante continue a apostar em tecnologias de litografia avançada e materiais premium, será provável um novo acréscimo no orçamento de produção, o que pode refletir-se no preço final ao consumidor.
Até lá, o relatório da Counterpoint fornece uma radiografia clara dos fatores que mais influenciam as despesas da gama Ultra. O processador surge como elemento-chave, seguido pelos materiais da estrutura, enquanto ecrã e conectividade apresentam estabilidade ou até ligeira redução. Este equilíbrio parcial confirma que inovação contínua acarreta custos, mas também justifica a posição de destaque dos dispositivos no segmento premium.
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