O Moto G31 chegou ao mercado com uma missão clara: corrigir a maior crítica feita aos seus antecessores. Finalmente, a Motorola colocou uma tela OLED com resolução Full HD+ em um Moto G acessível, prometendo uma qualidade de imagem espetacular. A questão que fica, especialmente olhando para ele hoje, em 2025, é: para entregar essa tela, o que foi sacrificado?

Sem rodeios: será que a tela espetacular do Moto G31 justifica os sacrifícios em outras áreas cruciais, como carregamento e conectividade? Nós analisamos friamente essa troca de prioridades para te dizer se, no final das contas, o negócio vale a pena.

Design e Usabilidade: Como ele se sente no dia a dia?

À primeira vista, o G31 parece um aparelho mais moderno que o G30. Ele tem um corpo de plástico com uma nova textura que melhora a pegada e disfarça marcas de dedo. A principal mudança, no entanto, foi a posição do leitor de impressões digitais. A mudança do leitor para o botão de energia na lateral é bem-vinda, uma solução mais elegante e alinhada com o mercado.

Contudo, ao analisar os detalhes, encontramos um corte inexplicável. Na ponta do lápis, a remoção do NFC no modelo brasileiro é um retrocesso que não faz sentido. Um recurso útil para pagamentos, presente no G30, foi simplesmente eliminado aqui, forçando o usuário a depender de QR Code ou do cartão físico. É uma economia que custa caro em conveniência.

Tela e Multimídia: Uma boa janela para o mundo?

Este é o grande astro do show. Finalmente, a Motorola ouviu as preces dos usuários. A tela OLED de 6,4 polegadas com resolução Full HD+ é o grande salto de qualidade que esperávamos. As cores são vibrantes, o contraste é infinito com pretos perfeitos, e a nitidez para assistir vídeos e ver fotos é excelente. Para quem consome muita mídia no celular, a diferença para as telas HD+ dos modelos anteriores é como da água para o vinho.

Mas toda escolha tem uma renúncia. Para viabilizar esse painel, a decisão de voltar para uma taxa de atualização de 60Hz é um balde de água fria. A navegação na interface e a rolagem em redes sociais não têm a mesma fluidez do G30. A troca é direta e brutal: você ganha em qualidade de imagem e perde em suavidade dos movimentos. É uma pena, visto que concorrentes como o Xiaomi Redmi 10 conseguiam entregar, na mesma época, tanto o Full HD+ quanto os 90Hz.

Desempenho e Bateria: O teste de fogo na prática

O coração do Moto G31 é o processador MediaTek Helio G85. Na prática, ele entrega um desempenho muito similar ao Snapdragon do G30, se mostrando um chip competente para as tarefas do dia a dia. Redes sociais, apps de mensagens, navegação e até alguns jogos leves rodam sem problemas. Ele foi lançado com Android 11 e atualizou para o Android 12, o que o mantém funcional, mas já datado em 2025.

A bateria de 5.000 mAh continua sendo um pilar, garantindo um dia inteiro de uso com tranquilidade. O problema, e é um problema grave, está na tomada. O carregamento de apenas 10W é um retrocesso doloroso e quase ofensivo. Vindo de um G30 que já suportava 15W e vinha com um carregador de 20W, levar mais de duas horas e meia para encher o tanque do G31 é um verdadeiro teste de paciência.

Câmeras: Além dos Megapixels, as fotos são boas?

A Motorola acertou no conjunto de câmeras. O sensor principal de 50 MP, combinado com o bom processamento de imagem da empresa, entrega resultados muito consistentes. Em boas condições de luz, as fotos são nítidas, com cores agradáveis e bom alcance dinâmico. A decisão de remover o inútil sensor de profundidade de 2 MP foi inteligente, simplificando o conjunto.

A lente ultrawide de 8 MP quebra um galho para fotos de paisagens ou de grupos grandes, mas a qualidade é visivelmente inferior à da principal. Na prática, a câmera principal de 50 MP é o ponto forte do conjunto e não decepciona, especialmente quando você visualiza as fotos na belíssima tela OLED do aparelho.

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Veredito Final: Prós, Contras e Para Quem é Este Produto?

Para facilitar sua decisão, aqui está o balanço final.

• Prós:
  • Tela OLED Full HD+ de excelente qualidade para vídeos e fotos.
  • Desempenho sólido para tarefas cotidianas.
  • Câmera principal de 50 MP muito competente.
  • Bateria de longa duração.
• Contras:
  • Carregamento extremamente lento de 10W.
  • Ausência inexplicável de NFC no modelo brasileiro.
  • Tela com taxa de atualização de apenas 60Hz.

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Seu uso principal e absoluto do smartphone é consumir mídia. Você assiste a muitos vídeos, filmes e séries, e quer a melhor qualidade de imagem possível sem gastar muito. Uma boa câmera para fotos diurnas e uma bateria que dure o dia todo completam suas necessidades.

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Você se acostumou com a fluidez de uma tela de 90Hz (ou mais), faz questão de usar o celular para pagamentos por aproximação (NFC) ou simplesmente não tem paciência para esperar horas com o celular na tomada.

Conclusão: Vale a pena comprar o Moto G31?

Na ponta do lápis, o Moto G31 é um aparelho de nicho. Ele não é um sucessor direto ou uma “evolução” para quem tinha um G30, mas sim uma alternativa com um foco diferente. Ele aposta todas as suas fichas na qualidade da tela, mas cobra um preço alto por isso em outras áreas.

Conselho final: Em 2025, a compra do Moto G31 no mercado de usados só faz sentido se você for um verdadeiro entusiasta de telas OLED e o encontrar por um preço muito atraente. Se a fluidez da interface, o carregamento rápido ou o NFC são importantes para você, um concorrente da mesma época pode ser uma escolha mais equilibrada e inteligente. Avalie bem os cortes, pois eles são significativos e impactam diretamente o uso diário.